segunda-feira, 20 de abril de 2009
O significado da religião para mim
Muitas pessoas gostam de conceituar a religião como a solução para o que o ser humano não é capaz de explicar: como ocorreu a criação do mundo, como nasceu o primeiro ser humano, como são possíveis aqueles acontecimentos que parecem não ter ocorrido por acaso. Entretanto para mim ela não se resume apenas a essa necessidade. Para mim ela não se resume somente também as crenças que muitos seguem e nem sabem por que, ao que muitos acreditam e não tem tantas ligações com o povo onde alguns fatos de libertação, ressurreição, dentre outras coisas, aconteceram.
A religião, para mim, se reflete juntamente a esses fatores na busca de uma proteção a mais. Quantas vezes os cristãos - cito os cristãos por que no meu país tem mais de 90% desses seguidores e seria muito difícil não conviver com essas pessoas – já pediram que alguma coisa acontecesse ou não a eles? Foram até criadas expressões: “Deus me livre”, “Se Deus quiser”, “Deus me acuda”, “Ave Maria!”, “Que Deus esteja contigo” ou “Deus é fiel”.
Às vezes ficamos tão isolados nesse mundo. E nem percebemos. E se percebemos nem demonstramos.
“As grandes cidades
Estranhas como esgotos
Exibem cara de vivo
Expelem cheiro de morto”
Ray Lima.
Às vezes ficamos tão sozinhos nessas grandes cidades. Nas florestas muitos animais vivem em tipos de colônias, e muitas vezes não são da mesma espécie. Um bom exemplo seria o de uma árvore (outro ensinamento de meu pai Ray Lima) em que não existe apenas a árvore. Dentro dessa árvore existe larvinhas de insetos, cupins e formigas, que se alimentam da árvore moderadamente e se protegem dos predadores; fora dela existem ninhos e pássaros, cobras e outros animais que se camuflam nos galhos e folhagens; abaixo dela está a boa sombra que também serve de abrigo para qualquer animal com sono; nas raízes e no caule os musgos e líquens; no subterrâneo estão os fungos, vermes, minhocas e outros seres que se alimentam das folhas, frutos e galhos em processo de decomposição. Enfim é um verdadeiro mundo, se comparado a uma cidade construída por um monte de pessoinhas ao longo de uns cem ou cinquenta anos. Não digo que há perfeição nas árvores, é claro.
Nós seres humanos muitas vezes não temos muita interação com as outras espécies. Estamos constantemente criando formas de nos afastarmos dessas convivências. Os outros seres que vemos parecem ter certa comunicação entre si. Mas nós até criamos outra linguagem própria de nós mesmos. Aliás, várias: Português, Inglês, Espanhol, Alemão, Latim, Mandarim, Grego, Fenício, Escrita Hieroglífica, etc. E no final ficamos sozinhos. Talvez a religião seja a maneira de buscar uma proteção exterior. Como se ela tivesse nascido quando a humanidade estivesse saindo da adolescência e partindo para conseguir a liberdade. E acaba descobrindo que para ficar livre por inteiro é preciso ficar preso fora de si, ou seja, ficar sozinho. Aí ele começa a buscar essa proteção de outros seres. Não vivos, pois os vivos ficaram muito distantes, mas nos seres imaginários, espirituais, nos deuses e deusas.
Mas, falando da origem, tem outro aspecto que pode ter levado o homem a criar uma religião, que já citei no início do texto. A religião também se origina da e na própria história. Ela começou a se criar quando o ser humano tenta responder perguntas impossíveis de explicar com a lógica da época em que vivia. Por que existe essa planta? Como ela nasceu? Então por que ela germina a partir da semente? E de onde veio essa planta que deu essa semente? E de onde veio a origem da vida? Responda-me estas perguntas se não tens conhecimentos de Física, Química, Matemática e Lógica suficientes para explicar isso há milhares de anos atrás. Um hominídeo primitivo não poderia responder tais perguntas. Então provavelmente inventaria histórias que na imaginação dele seria provável. E isso irá correr como um boato longo, que vai saindo de boca em boca, sempre se alterando e vão se inventando mais histórias e mais histórias, que realmente influenciam muito na vida dessas pessoas. Criam-se os deuses, os espíritos, os seres imaginários que habitam o mar, as montanhas, bosques, florestas da Caatinga do Nordeste do brasileiro.
É dessas histórias que se tiram as coragens interiores. Daquelas que se vê em filmes. De uma pessoa que está cansada de tentar uma coisa e de repente vem uma luz nos olhos e ela não desiste, dizendo que o que a oprime não é mais forte do que ela. E no final ela vence. Pois é. Daquele boato inventado foram acontecendo várias outras coisas influenciadas por ele mesmo. Até se formar um verdadeiro livro de histórias clássicas, que poucos lêem, mas muitos conhecem. Daí não ocorrem tantas outras histórias clássicas, talvez pelo medo. Medo de que? Ah, esquece...
Acho tudo isso muito lindo. As religiões, as crenças, os mitos. O único problema que vejo é que não há explicação, por exemplo, para o “antes” do início. Na religião Cristã foi um deus que criou tudo, mas quem o criou? E quem criou quem criou o cara que criou esse deus? Alguém faça o favor de criar um final ou um início para essas histórias. Pra não ficar tão vazio. Eu tenho essa fome de saber as coisas, sou curioso. E pra falar a verdade não gosto muitos desses dogmas. Alguns parecem até desmoralização corrupta da época da Falsa Inquisição Medieval.
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