quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Sobre a independência

Um dia desses tive que ficar só. Eu apenas teria que cuidar da casa e fazer minha comida, pois não havia nada pronto. No começo, eu até achei ótimo. Mas depois...

Deu fome e eu tentei fazer um omelete com arroz. Botei na mesa todos os igredientes que ia usar (ovo, mateiga, verdura) e depois coloquei-os direto na frigideira. Comecei a achar que um ovo era pouco, então puz outro por cima. Tudo bem... O arroz foi só esquentar (tinha um pouquinho na geladeira). E, ao final de tudo, eu tinha um OMELETE COM ARROZ:



"WTF?" ou "Mas que droga é essa?" é o que você pode dizer ao olhar para essa foto. Mas não subestime a minha comida! Devia estar muito gostoso, pois os gatos comeram tudo!

Eu me senti um imprestável... Pô! Nem um omelete eu sei fazer! Ainda bem que havia uma maçã. No dia seguinte meus pais sairam de novo. A comida até que melhorou (aprendi a fritar um frango). Pelo menos eu não morri de fome.

Depois daqueles dois dias aprendi que ter independência requer mais do quê simples saberes e em determinadas vocações. Além do lado profissional que esse termo possui, existe também um lado relacionado à sobrevivência (sobrevivência mesmo). Temos que aprender o máximo possível nas tarefas domésticas, no meio financeiro e a como buscar e/ou fazer nossa própria comida. Essa talvez seja uma das mais próximas ligações que o ser humano ainda tem com o meio animal e com seus ancestrais primatas, que viviam da caça e da colheita e tinham, talvez, que dar o melhor de si para não morrer.

Concluindo... A moral da história daqueles maravilhosos dias? Aqui está:
_Crianças e adolescentes que não sabem cozinhar, NÃO queiram ficar sozinhos (as) em casa por meramente tê-la apenas para vocês. Aprendam primeiro a fazer, pelo menos, um omelete com ovo...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

REDAÇÃO

POR ALIVRE LIMA

TEMA: SEXO É PARÂMETRO DE FELICIDADE?

Para ser feliz não é necessário ter o carro do ano, muito dinheiro ou ser um manequim e ter o bumbum da atriz da capa da Playboy para agradar ao maridão. Hoje o sexo vem à tona como “o bom de tudo”, mas, precisamente, não é ele ainda o tempero final que dá o sabor da felicidade à vida.

Talvez seja porque o sexo esteja mais ligado a uma questão biológica da qual o ser humano não pode fugir: a preservação da espécie. Porém o homem, com a sua ingenuidade nata, quis porque quis transformar a sexualidade num objeto de consumo assim como fez com a saúde, a vestimenta, a comida. Agora é difícil pensar numa modelo de biquíni sem imaginar quanto pagam pelas fotos dela ou quanto ela ganha para manter ativa a atividade sexual dos homens. Eu diria o mesmo no caso dos ícones masculinos. Como já disseram certa vez, numa peça teatral, “a mulher é um pau grande e grosso que os homens querem usar para satisfazerem seus desejos”. E que definição seria feita do homem? Talvez o homem seja o galã da novela das oito com quem as mulheres imaginam ter prazer todas as noites.

Enfim, o sexo se tornou um desses produtos de vitrine: será feliz aquele que comprar o mais original. Os consumistas que o digam! Daí pra frente, assim como todo evento é motivo para uma roupa nova, tudo será motivo para sexo. Todos serão “felizes para sempre”.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Lâminas

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O grande poeta Ray Lima já se prepara para lançar seu novo livro: Lâminas. A obra já está pronta, só falta mesmo atirá-lo a mente dos leitores e dizer como "ser em um mundo Lâminas sem ferir nem se deixar ferir".

O livro tem vários textos críticos de vários autores, além da ambientação gráfica do fotógrafo e antropólogo visual Henrique José.


<((Aqui também postei o cartaz dos lançamentos é só clicar com o botão esquerdo em cima da foto. Em breve também postarei a data e o local das apresentações.))>


Para ver o blog oficial do escritor Ray Lima clique aqui

domingo, 10 de maio de 2009

A mulher

Tinha uma mulher que não era mulher, era maquiagem.

Andava de bund’erguida, de bata e bota-alta,
Es v o a ç and o seu vestido de seda e vitrine,
Carregando sua bolsa de embrulho arrochado
Andando em câmera e p a s s o s l e n t o s ,
Vendo espelho nas figuras perfeitas da tela da TV

Era tão bonita aquela mulher borboleta

Era tão bonita aquela mulher-maquiagem

De cinco em cinco tirava dos embrulhos os retoques
Pra não perder o efeito da pintura
Era tão bonito aquele blush e batom macio,
Os olhos de nanquim e nuvens colorindo em cima
Era tão alegre, mas parecia Triste aquela Figura
Não era tristeza Pulcra
Mais parecia ser a nostalgia das nuvens ácidas da metrópole


Era bonita e era feia aquela mulher...


Não. Não gostei

Assim eu estrago, tiro a magia

Fica melhor como estava.

Então deixemos assim:

Tinha uma mulher
que não era mulher,

era maquiagem.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O significado da religião para mim


Muitas pessoas gostam de conceituar a religião como a solução para o que o ser humano não é capaz de explicar: como ocorreu a criação do mundo, como nasceu o primeiro ser humano, como são possíveis aqueles acontecimentos que parecem não ter ocorrido por acaso. Entretanto para mim ela não se resume apenas a essa necessidade. Para mim ela não se resume somente também as crenças que muitos seguem e nem sabem por que, ao que muitos acreditam e não tem tantas ligações com o povo onde alguns fatos de libertação, ressurreição, dentre outras coisas, aconteceram.

A religião, para mim, se reflete juntamente a esses fatores na busca de uma proteção a mais. Quantas vezes os cristãos - cito os cristãos por que no meu país tem mais de 90% desses seguidores e seria muito difícil não conviver com essas pessoas – já pediram que alguma coisa acontecesse ou não a eles? Foram até criadas expressões: “Deus me livre”, “Se Deus quiser”, “Deus me acuda”, “Ave Maria!”, “Que Deus esteja contigo” ou “Deus é fiel”.

Às vezes ficamos tão isolados nesse mundo. E nem percebemos. E se percebemos nem demonstramos.
“As grandes cidades

Estranhas como esgotos

Exibem cara de vivo

Expelem cheiro de morto”

Ray Lima.

Às vezes ficamos tão sozinhos nessas grandes cidades. Nas florestas muitos animais vivem em tipos de colônias, e muitas vezes não são da mesma espécie. Um bom exemplo seria o de uma árvore (outro ensinamento de meu pai Ray Lima) em que não existe apenas a árvore. Dentro dessa árvore existe larvinhas de insetos, cupins e formigas, que se alimentam da árvore moderadamente e se protegem dos predadores; fora dela existem ninhos e pássaros, cobras e outros animais que se camuflam nos galhos e folhagens; abaixo dela está a boa sombra que também serve de abrigo para qualquer animal com sono; nas raízes e no caule os musgos e líquens; no subterrâneo estão os fungos, vermes, minhocas e outros seres que se alimentam das folhas, frutos e galhos em processo de decomposição. Enfim é um verdadeiro mundo, se comparado a uma cidade construída por um monte de pessoinhas ao longo de uns cem ou cinquenta anos. Não digo que há perfeição nas árvores, é claro.

Nós seres humanos muitas vezes não temos muita interação com as outras espécies. Estamos constantemente criando formas de nos afastarmos dessas convivências. Os outros seres que vemos parecem ter certa comunicação entre si. Mas nós até criamos outra linguagem própria de nós mesmos. Aliás, várias: Português, Inglês, Espanhol, Alemão, Latim, Mandarim, Grego, Fenício, Escrita Hieroglífica, etc. E no final ficamos sozinhos. Talvez a religião seja a maneira de buscar uma proteção exterior. Como se ela tivesse nascido quando a humanidade estivesse saindo da adolescência e partindo para conseguir a liberdade. E acaba descobrindo que para ficar livre por inteiro é preciso ficar preso fora de si, ou seja, ficar sozinho. Aí ele começa a buscar essa proteção de outros seres. Não vivos, pois os vivos ficaram muito distantes, mas nos seres imaginários, espirituais, nos deuses e deusas.

Mas, falando da origem, tem outro aspecto que pode ter levado o homem a criar uma religião, que já citei no início do texto. A religião também se origina da e na própria história. Ela começou a se criar quando o ser humano tenta responder perguntas impossíveis de explicar com a lógica da época em que vivia. Por que existe essa planta? Como ela nasceu? Então por que ela germina a partir da semente? E de onde veio essa planta que deu essa semente? E de onde veio a origem da vida? Responda-me estas perguntas se não tens conhecimentos de Física, Química, Matemática e Lógica suficientes para explicar isso há milhares de anos atrás. Um hominídeo primitivo não poderia responder tais perguntas. Então provavelmente inventaria histórias que na imaginação dele seria provável. E isso irá correr como um boato longo, que vai saindo de boca em boca, sempre se alterando e vão se inventando mais histórias e mais histórias, que realmente influenciam muito na vida dessas pessoas. Criam-se os deuses, os espíritos, os seres imaginários que habitam o mar, as montanhas, bosques, florestas da Caatinga do Nordeste do brasileiro.

É dessas histórias que se tiram as coragens interiores. Daquelas que se vê em filmes. De uma pessoa que está cansada de tentar uma coisa e de repente vem uma luz nos olhos e ela não desiste, dizendo que o que a oprime não é mais forte do que ela. E no final ela vence. Pois é. Daquele boato inventado foram acontecendo várias outras coisas influenciadas por ele mesmo. Até se formar um verdadeiro livro de histórias clássicas, que poucos lêem, mas muitos conhecem. Daí não ocorrem tantas outras histórias clássicas, talvez pelo medo. Medo de que? Ah, esquece...

Acho tudo isso muito lindo. As religiões, as crenças, os mitos. O único problema que vejo é que não há explicação, por exemplo, para o “antes” do início. Na religião Cristã foi um deus que criou tudo, mas quem o criou? E quem criou quem criou o cara que criou esse deus? Alguém faça o favor de criar um final ou um início para essas histórias. Pra não ficar tão vazio. Eu tenho essa fome de saber as coisas, sou curioso. E pra falar a verdade não gosto muitos desses dogmas. Alguns parecem até desmoralização corrupta da época da Falsa Inquisição Medieval.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Eu sobre o anarquismo



Nunca gostei de seguir modelos. Se eu faço uma coisa que gosto tem sempre que ser diferente, seja no meu jeito de me vestir, de falar (não tenho o sotaque da região em que moro), de agir, de comer, de pensar, de interpretar (isso todos devem ter seu próprio jeito), enfim, gosto de ser diferente em tudo, até mesmo sabendo que todos são diferentes e é impossível ser igual no mundo real em que vivemos.

O fato é que há modelos. Há sempre uma moda, e quando não há o mundo transforma. É até uma boa maneira de ganhar dinheiro vendendo objetos hippies, neonazistas, do Che, de várias culturas religiosas, até mesmo aquelas com o símbolo do anarquismo. Pois é. Inventam moda para tudo. A pior delas é a Etiqueta: ‘Não se corta alface’, ‘nunca tossir, cuspir, espirrar em público’, ‘tenha modos à mesa!’, ‘Isso aqui se faz desta forma e não dessa’, ‘se você for assaltante deve apoiar a arma desse jeito aqui e sempre amedrontar a vítima para, consequentemente, paralisá-la e traumatizá-la para assim impedir que ela cometa ações posteriores que interfiram no seu plano’, ‘limpe sua bunda sempre com o papel higiênico dobrado, isso facilita a saída da bosta e não é tão ignorante’.

As Regras de Etiqueta foram criadas, talvez, por uns humanistas que queriam acabar com a arrogância e acabaram sendo mais arrogantes ainda. Eu realmente odeio essas regrinhas dizendo com deve ser uma coisa, eu acho que a vida está aberta para a criação e a criatividade. Seguindo modelos eu não estaria sendo original e se por acaso estivesse eu estaria sendo original por ser o único verdadeiro imitador, aquele que não tem criatividade suficiente para ser do jeito que é, pois já haveria perdido essa propriedade e estaria, por esse motivo, totalmente perdido.

Mas nem por isso eu sou anarquista. Vejamos: o anarquismo é uma oposição sistemática a todos os governos, diz o Aurélio. Porém (considerando a definição como verdadeira) se é de oposição ele não deveria estar sistematizado, pois o governo é sistematizado. Ou seja, o anarquismo está seguindo um modelo. É muito contraditório, segundo os pensares aurelianos.

Como eu não gosto de seguir tipo sequer de modelo me oponho também á filosofia anarquista. É muito radicalismo, eu sei. Como eu já disse, tenho meu próprio jeito. Você também pode até pensar ‘se você está sendo você mesmo também estaria seguindo uma moda, pois muitos também são eles mesmos’. Tem até lógica. Eu até poderia estar seguindo um modelo, mas estaria sendo eu mesmo seguindo esse modelo. É meio confuso, mas não precisa entender. Apenas seja você mesmo. Tenha um(uma) bom(boa) dia/tarde/noite.

Uma colega minha



Uma colega minha, já conheço desde que ela entrou no colégio, costuma sempre ser extrovertida. Achava engraçado o fato de ela ficar sempre rindo, mesmo com coisas que, muitas vezes, não desabrochavam risos nem alegria no rosto das outras pessoas. Perguntei para ela o porquê de tanta euforia. Respondeu-me ela algo que me serve como motivação para a vida até hoje. Fora uma sabedoria tão infantil e tão complexa. Fora tão valoroso e simples aquilo que ela me falou. Fora tão direto.

Tento, a seguir, representar a nossa conversação:
_Tenho, admito, certa curiosidade em relação ao motivo da tua mania de achar graça em casos que possuem poucos fatores que aos outros causem sorrisos. Não que isso seja incômodo, acho até cômico sua extroversão e quero que continues assim, sempre risonha, és bonita dessa forma. Porém tenho interesse em saber, se não achares que estou sendo indiscreto demais, por que tu ris tanto – disse eu em voz mansa, mas não baixa.
_Não, não acho que seja intromissão da tua parte indagar ou ter a curiosidade que tens por tão simplório assunto. Vê que também não me incomodo em responder-te com plena sinceridade:
Rio para não acumular rancores e para não obter estresses na minha alma. Rio porque esse é o meu meio de me manter feliz e bem disposta nos meus trabalhos, deveres, sonhos e em qualquer coisa que eu faça. É uma filosofia que tenho de sempre manter meu bom humor. Rio para deixar minha vida um pouco melhor e para que ninguém me tire meu bem estar – Respondeu ela, sob aquele eufemismo de que fazia parte – não era irônica, como falou, usou de pura sinceridade para responder-me –, sempre risonha.

Depois de encará-la assustado com aquele grandioso discurso – encará-la no sentido de observar que ela era mais que o rosto e corpo formosos que ela tinha; e grandioso discurso, pois viste leitor, que mesmo com todo aquele palavreado, seu discurso foi simples, e por isso se torna tão magnífico -, olhei para o lado e comecei a pensar sobre o que havia acontecido naquele momento. Resolvi apenas guardar as palavras de minha amiga na memória para depois refletir.

Já faz tempo o que ocorreu e também, obviamente, que já refleti. Acho que não preciso escrever o que pensei naquele momento, nem o que penso agora, certo de que um pouco disso já escrevi. A interpretação é livre, de todos e à vontade de quem lê. Apenas achei importante mostrar aqui a pequena conversa que tive com aquela graciosa pessoa. Não que eu esteja apaixonado, mas se pelo menos visse quem é (quem conhece já sabe) a maravilhosa garota e personalidade de que falo teria como provar que é realmente agradável aquela mulher. Bom, nem tanto. Exagerei até demais.

Este foi apenas um pequeno momento da vida em que tentei aproveitar pequenas coisas como essa para extrair consideráveis idéias. E, realmente, a vida me ensinou outra vez que de pequenas frutas se faz muito suco. Foi aquele um conselho que pretendo que me acompanhe desde o momento do acontecido até todo o sempre. Ou pelo menos até a morte, como será o caso.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Merda suicida



Uma musiquinha escandalosa pra vocês:

Vivo no final do tubo digestivo da sociedade-humana
Isso me parece bom, mas cheira mal.
Me contento com as injustiças dessa vida imunda
Mas pelo menos posso relaxar legal

Sabe? Desistir é uma sacada genial!
(se você é do tipo que pensa com a bunda)
Deixe (a) o “viver” de lado, se droga que é melhor!
Você fica na pior, mas pelo menos tem canto reservado!

[Refrão]
Seja um merda suicida!
Que capitalismo absorve
Seja um merda suicida!
Puxa a descarga duma vez!
Que o esgoto ganha mais um freguês

Escuto e danço a not-music
Acompanhando meus not-friends
Sou cheio de chilique
Se não me vendem nenhum bagulho
Fico que nem a cherebenhis!
E de tanto estúpido que eu “estar”
Não consigo nem rimar!

Mas talvez, de errada forma, pensando bem
(opa! Ia esquecendo que não penso)
Olha a vantagem que isso tem:
A gente dá um jeito, usando o mau senso,
De não fazer nada e assim a gente vai seguindo para além da vida
(ou melhor: para abaixo dela)

[Refrão]
Seja um merda suicida!
Que capitalismo absorve
Seja um merda suicida!
Puxa a descarga duma vez!
Que eu o esgoto ganha mais um freguês

Há há há! Hei! Mas espere um pouco isso não pode terminar assim
Acho que estou arrependido do que fiz
Mas agora não tem ninguém pra consolar a mim!
Não! Não puxe isso! Aaaaaaaaaaaaaaaah!

Sonhar não custa nada. Não se paga para sonhar.


Essa poesia saiu de um trabalho de redação
Fui criando rimas
Eu as uni e fiz um verso
Juntei, fiz várias estrofes
(o que me deu um trabalhão).

“Essa poesia é sobre um assunto
Que aqui vou mencionar:
Sonhar não custa nada,
Não se paga para sonhar.

Sonhar no pensamento
É sonhar acordado.
Sonho de rabugento
É sonhar que é amado.

Sonhos de vidente
Fazem acertar na loteria.
Sonhar é bom pra gente
Traz tristeza e alegria.

Imaginei-me em cima de uma bicicleta.
Pedalei como atleta
Acordei entusiasmado
Peguei a bicicleta,
Já sabia pedalar.

Rato sonha com queijo
Cachorro sonha com um mar de ossada
Sonho de primeiro beijo
Sonho de garota apaixonada.

Sonhar não custa nada.
Se sonhar você verá
Que crendo mais em seus sonhos
Seus desejos tu realizarás.

Não se paga pra ser sonhador
Pois sonhar é bom demais
E até o mais cruel ditador
Não vê problema em desejar.

Pra começar a sonhar
Muitos contam ovelhas
Os famigerados mandam estas pularem a cerca
Para nos sonhos poderem jantar

Rico não quer saber de sonhar
Só pensa em ganhar dinheiro
E mais ignorante ficar

O Sonho de alguns alunos é
Seus pais lhe dando um celular, video-game ou computador
Enquanto eu sonhando ser poeta
E um grande pensador.

Você viu aqui nessa poesia
Que sonhar não custa nada
Basta estar de noite, fechar os olhos e imaginar.

Ou então basta querer uma coisa
Que você acha que precisa
E pensar como seria
Se esta coisa você tivesse.

Agora, caro professor,
Faça-me o grande favor
De corrigir meus erros gramaticais
Para deixar mais bela esta poesia
E para que eu aprenda um pouco mais.”

Mídia, Moda, Nodoa.



Muito movimento, casas e prédios acumulados. Os moradores apenas contemplavam a mídia: vestindo, calçando e até sendo a visão da imprensa e da moda (típico de cidade grande). “Tudo o que tem na TV nós temos que ter” era o único ditado popular desta cidade e que até virou lema. Quem não fosse da mídia era acusado de impostor, sacana, subordinador das leis autoritárias da mídia (únicas leis existentes lá) e era levado ao júri para ser interrogado não só lá como também na delegacia. E mais do que possivelmente poderia ser preso. Na época da Ditadura Militar a pena máxima chegou a ser a de morte.

Ao chegarem as eleições da cidade (que tinha um governo democrático), o prefeito, o cara mais “da hora” da cidade, foi derrotado por um candidato de uma outra urbe daquele mesmo estado, por uma diferença de 905 votos. Triste e confuso o superado pensou:
_Mas como eu o cara mais na moda desta cidade fui vencido por um estrangeiro?
Ele pensava alto e o estrangeiro ouviu e respondeu:
_Eu não sou dessa cidade, mas estou mais na moda que você.

O novo prefeito acostumou-se rapidamente com o lugar. Dizia que tudo da moda era bom, que não existia nada melhor do que mídia e tal. E com isso continuou no cargo. Mas na verdade ele não gostava disso, na verdade ele odiava a moda e só fingia ser o que não era pra ficar no poder. Ninguém sabia disso, todos amaram o seu governo e ele continuou por oito anos até que chegaram as novas eleições. O partido dele, o PH (Partido da Hora) lançou seu candidato contra o antigo prefeito (aquele que não era o estrangeiro) que se ré candidatou com o seu partido, o PM (Partido da Moda).

O candidato do PH venceu por uma diferença de 1000 votos. Novamente derrotado, o candidato do PM novamente se perguntou:
_Mas como eu o cara...
_O estrangeiro estava apoiando o seu adversário... – disse um eleitor interrompendo-o – e pare de repetir essa frase, está me deixando enjoado!

Mas muitos não gostaram do governo. Então, depois de quatro anos, o PH lançou novamente o estrangeiro como seu candidato. E novamente ele ganhou, novamente disse que tudo da moda era bom e tal e etc., etc. Até que um dia ele se chateou, foi para um palanque e disse que não haveria mais moda. Todos os homens, mulheres, crianças, idosos e até modelos usariam uma camisa simples de uma só cor, sem realce ou detalhes acompanhado de uma calça comprida azul sem nenhum detalhe. Disse que quem se recusasse a isso ia pagar uma multa de R$30000000,50, senão, era preso por um período de 98 anos.

Todo mundo usando aquelas camisas sem graça e aquelas calças simples e sem nenhum detalhe começaram a ficar com raiva até que toda a população se revoltou indo até as ruas protestando contra o prefeito e forçando-o a discursar.

Lá eles se manifestavam mais ainda. “Não queremos mais essas espeluncas”,
“Queremos a moda de volta!”, ”Mídia já! Mídia já!” gritavam os manifestantes enfurecidos com aqueles tecidos idênticos de apenas um modelo com o propósito e função de revestir e proteger de microrganismos e do frio o corpo do usuário.
O prefeito estrangeiro fez o pequeno discurso:
_Vocês querem a moda de volta? - Todos responderam “sim” - Então se eu lhes dissesse que essa é a moda de agora em diante?
Depois de uns 3 minutos de silêncio o prefeito se retirou do palco e o povo antes revoltado, agora reflexivo, voltou para as suas residências.

Daquele dia em diante ninguém queria a moda, todos vestiam, calçavam, eram o que quisessem. Mesmo assim, todos seguiam um mesmo tipo de roupa, calçado e um mesmo tipo do ser. Todos ainda seguiam a moda sem querer. Mas ainda eram o que queriam.


O BARQUINHO DE PAPEL OU A ANTIPROPAGANDA?



Por Jadiel Lima



Boa tarde!

Fui convidado para vir até aqui, trazendo meu produto e tentar vendê-lo para você.
Não sei se o que trouxe é verdadeiramente um produto. Também não aposto muito se vou convencê-lo de comprá-lo. Na verdade, não sei se quero que compre alguma coisa. Com todo respeito, apenas gostaria de que me desse um pouco de sua atenção, que me ouvisse por um instante.

Obrigado.

“Chicão, Chicão
Barquinho tão pequeninho
deixa a chuva vir, a chuva ir
e sai de barco por aí.

A chuva vai, a chuva vem.
A gente também ama alguém.
Esteja aqui, esteja lá
a gente vai lá buscar.”
(Jadiel Guerra, outro poeta e músico)


Era uma vez um barquinho de papel.

Pode crer, o barquinho de papel existe.

Veja! Observe bem. O barquinho de papel, como é lindo!

Não o despreze por ele ser simples e de papel, pois ele é o que deve ser: um barquinho de papel!

Não o despreze se os cegos olhos que a cultura do consumo lhe emprestou não lhe permitem ver uma função importante neste simples objeto, pois ele não tem função alguma, senão a de apenas ser o que é: um barquinho de papel.

Porém, dependendo de sua filosofia sobre o mundo, ele pode mudar e você também pode mudar a idéia que tem dele. E é isso que falta na cabeça de muita gente. Talvez na sua, mas só você pode atestar isto. Falta a crença nas pessoas de que elas podem ser tudo! Basta criatividade, um pouco de imaginação e muita perseverança.

Será que alguém pensou por este lado quando imaginou ou olhou pela primeira vez para este barquinho?

Será que efetivamente fomos e somos treinados somente para consumir, consumir e consumir cegamente, sem para as coisas nem procurar enxergar o elas possuem de belo dentro delas?

É isso?

Será que deixamos nossa capacidade de pensar, observar, escolher ou decidir paro os outros?

Por que ficamos sempre esperando que outros pensem e façam as coisas por nós?

Por que não sair desta rotina deprimente, demente e de dependência?

Por que não percebemos e reconhecemos o que a inteligência humana tem a nos oferecer de bom?

Por que não aproveitarmos o que temos e somos ao invés de acreditarmos no sistema capitalista que tudo promete, pensa e finge fazer por nós, como se fôssemos inválidos?

Por isso, pense e mire outra vez nosso barquinho.

Repare bem.

Já sei: vai construir o seu, ao invés de comprar este aqui.

Aprendeu comigo?

Que bom.

Então vamos navegar nessa idéia?

Já pensou aonde poderemos ir?

Neste barco o timão é seu.

A decisão também é sua.


Jadiel Lima
Maranguape – Ceará - Brasil

Natal ou consumismo?



O final de ano se aproxima e umas das datas mais esperadas por muitos também. Mas às vezes dá a impressão de que as pessoas se adiantaram um pouco: o Natal nem chegou e já têm gente comprando presentes, lojas enfeitadas. O que houve? O ano encurtou tão de repente!

Junto ao Natal vem o clima daquela esperança e religiosidade de que tudo de bom irá se realizar, e nunca se realiza. Na verdade não deveria existir essa data, pois quando Jesus nasceu ele ainda não teria feito nada para seu povo e também porque a solidariedade deveria ser tida como um ato comum no cotidiano e não só no final de cada longo ano.

E por que antecipar os presentes? Sim, é verdade. Tem a crise econômica. Ninguém sabe se os preços irão aumentar daqui pra frente, então é melhor prevenir do que remediar. Claro, está certo, porém cadê o espírito natalino? O que vale é só o presente ou também o modo como ele é dado? Comprar um presente mais barato não é um pouco meio que desprezar quem o recebe? O Natal devia ser comemorado com mais afetividade. É uma festa sagrada. E também não é só presente.

Isso tudo pode parecer uma besteira ou fruto de uma idéia conservadora, mas Cristo defendeu a solidariedade, o amor e principalmente a sinceridade. E não a mania de pecar para depois se confessar arrependidamente na igreja, se fazendo de vítima como muitos fazem. Quando se trata de religião, lealdade deveria ser fundamental. Viver de falsidade não ajuda muito.

Não, não sou religioso. Só é que isso me irrita um pouco. Até porque esse talvez seja mais um motivo para não seguir uma religião cristã. Pensei até que uma religião requeresse alguma responsabilidade ou pelo menos um respeito à filosofia seguida. Sou exagerado, mas que também fique claro que não generalizei.



Jadiel Lima - novembro de 2008

Internet... Lenta.



Sempre ligo o computador e dou uma olhada nos meus e-mails e “orkut”. Meu pai sempre reclama da má organização do meu tempo, pois como observa ele, leio muito pouco. Mas sempre gosto, como qualquer adolescente sem ter o que fazer (ou com preguiça de ler), de olhar meu “orkut” e interagir com os meios de comunicação super avançadas da internet. Sei, como qualquer cidadão competente que tem computador com internet, que este meio não apenas serve para se comunicar com os amigos, ou desconhecidos, fazer muita besteira e bobagens, perder o tempo, como também para adquirir conhecimentos. Também sempre costumo procurar textos de bons autores.

Mas o que mais faço no computador, confesso, é usar o “orkut”. Passo horas e horas lendo e enviando mensagens, recados, olhando o “perfil” de meus amigos, mudando o meu, olhando e postando depoimentos para amigos ou “comunidades”, gastando palavras em bate-papos ás vezes até com imbecis. Enfim, o que a maioria faz no “orkut”. Mas não posso deixar de citar a substituição de fotos no “álbum” ou no “perfil”. Isso quando a internet daqui de casa era lenta. Primeiro procurava a foto perfeita para minha identificação (falsa identificação) nos meus documentos, abrindo todas as pastas conhecidas, sempre guardando na memória as fotos que mais me identifiquei, e depois, se não achar uma melhor, voltar e decorar o nome da imagem.

Abro o álbum ou clico em “editar perfil” para colocar a foto. Procuro a foto desejada na pastazinha que aparece e depois que identifico o alvo desejado, vamos lá. ‘Espere enquanto a imagem carrega’. Aquela mensagem que vem após clicar. E como o esperado: espero a imagem carregar. Depois de horas dormindo na cadeira acordo. Ainda não carregou. Mais alguns minutos. A tela fica branca como se estivesse concluindo a operação. Na minha cara brota um sorriso de como quem acreditou num sonho e este está sendo realizado, de quem sempre teve uma forte esperança de que isso iria acontecer. E este clima se encerra no mesmo minuto, quando aparece o seguinte aviso: ‘A página não pode ser exibida[...]’. Horas e horas perdidas com um único propósito. Uma única missão, reduzida ao pó, forçando-me a recomeçar. É, caro leitor, como vê eu tenho uma grande tolerância. Mas tudo bem isso já aconteceu várias vezes, não custa nada começar de novo. Afinal ainda tenho muito tempo a perder, ainda não conversei com meus amigos e nem mesmo vi meus recados! Ainda são vinte e três horas e meia, amanhã não tem aula mesmo...

Volto às pastas. De repente me dá um calor, vou beber água, me vem a idéia de perguntar a alguém se ainda vai usar o computador, mas todos, além de mim estão dormindo. Desisto das fotos. Desligo o computador.

Caros Amigos



É muito tardio o que vou fazer aqui. Eu me atrasei muito. Até agora não havia percebido. Mas, mesmo assim, não perdi as esperanças. Aqui vai a história:

"Um amigo meu uma vez mandou uma carta secreta para mim através de uma música, isso já faz muito tempo, mas é agora que eu tento respondê-la, através de outro poema.
Essa aqui é uma música do Chico Buarque com o Francis Hime:

'Meu caro amigo

Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando, que também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo pessoal
Adeus'.

E aqui vai a minha resposta ao meu grande amigo, o Chico. Perdoe-me também por não respondê-lo a tempo. Conto-te porque não consegui nesta carta. Só espero que vejas meu poema:

'Caro amigo Chico

Não se preocupe com as visitas
Sei que não é por mal que não fazes.
Agradeço por esta fita
Em que tocam tão bonitos cantares.
Que bom, vejo que não desanimam
Mesmo com tal medonha situação, escura como carvão.
Verdade que as durezas da vida também ensinam
Porém não se contente, nem desista, amigo, nunca faça isso não.

As saudades serão sempre bem vindas
Principalmente as tuas, grande amigo.
Recordo-me sempre das tuas lembranças, músicas lindas.
Por isso me entristeço por não estar contigo.
Pirueta temos de dar mesmo,
Pois tem muito nego sem trabalho, nem emprego.
Mas não se aperreie que o mundo é duma cor só.
Alvura que não tem, branco não está.

Também tentei te ligar,
É que quebraram o orelhão lá da praça,
Mas já estou ciente, e já estava,
Dessa vida que num tem pra ninguém correr atrás,
Nem Felipe Massa.
Não, Não estou a par.
Aqui em Marte nós também temos que ralar
Pra danças o samba, o choro e o rock’n’roll.

Escrever nem precisava,
O disco já foi o bastante
Para saber como é que tava.
Peguei as notícias a tempo
Que nem dizia o mandante.
Outro cheiro na Marieta
O Juinim fez uma careta bem amarrotada
Pra vê se assusta a tua criançada.

Os beijos e abraços
Retribuo-os a todos.
A Jandira e o Tarço mandaram lembranças.
A Cecília e os meninos o mesmo.
E agora, peço licença, vou fazer um carinho,
Fumar e beber um pouquinho e tomar um chá de boldo,
Pois, também, sem um chazinho ninguém segura esse rojão.
Adeus'.

(Não que eu beba ou fume... É só pra fazer um pouco de humor)."
Adeus, Chico!